O Trabalho em Seus Diferentes Significados: Uma Revisão de Escopo de Estudos Qualitativos
work in its Different Meanings: A Sope Review of Qualitative Studies
el trabajo en sus Distintas significaciones: una Revisión del Alcance de los Estudios Cualitativos
Karina Borgonovi Silva Barbi
Edson Roberto de Paula
Gabriel Massucato Pavão
João Carlos Caselli Messias
Rodolfo Augusto Matteo Ambiel
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC – Campinas)
Resumo
O significado do trabalho na vida do homem tem sido foco de estudos há várias décadas, e sua relevância se faz presente sobretudo nos dias atuais, visto tantas mudanças nos modelos laborais. O aprofundamento da compreensão dos aspectos constituintes pelas percepções individuais é parte importante para a compreensão deste conceito e dos fatores componentes da relação entre o homem e seu trabalho. Por esse motivo, o objetivo deste trabalho foi o de avaliar as evidências sobre o significado do trabalho produzidas por estudos empíricos de metodologia qualitativa. Observou-se que as evidências obtidas sobre o significado do trabalho foram semelhantes em contextos similares de análise, demonstrando a variabilidade existente conforme os aspectos pessoais, laborais e socioculturais associados. Por meio da investigação qualitativa, pode-se proporcionar compreensão mais aprofundada das relações entre as características existentes e sua influência na realidade vivenciada entre o indivíduo e seu trabalho.
Palavras-chave: significado do trabalho, qualitativa, revisão
Abstract
The meaning of work in human life has been the focus of studies for several decades, and its relevance is present especially today, given so many changes in work models. Deepening the understanding of the constituent aspects through individual perceptions is an important part of understanding this concept and the component factors of the relationship between man and his work. For this reason, the objective of this work was to evaluate the evidence on the meaning of work produced by empirical studies of qualitative methodology. It was observed that the evidence obtained on the meaning of work was similar in similar contexts of analysis, demonstrating the existing variability according to the associated personal, work and sociocultural aspects. Through qualitative research, it is possible to provide a deeper understanding of the relationships between the existing characteristics and their influence on the reality experienced between the individual and his work.
Keywords: meaning of work, qualitative, review
Resumen
El sentido del trabajo en la vida humana ha sido objeto de estudio desde hace varias décadas, y su relevancia está presente especialmente hoy, ante tantos cambios en los modelos de trabajo. Profundizar en la comprensión de los aspectos constitutivos a través de las percepciones individuales es parte importante de la comprensión de este concepto y de los factores componentes de la relación entre el hombre y su obra. Por ello, el objetivo de este trabajo fue evaluar las evidencias sobre el sentido del trabajo producidas por estudios empíricos de metodología cualitativa. Se observó que la evidencia obtenida sobre el significado del trabajo fue similar en contextos similares de análisis, demostrando la variabilidad existente según los aspectos personales, laborales y socioculturales asociados. A través de la investigación cualitativa es posible brindar una comprensión más profunda de las relaciones entre las características existentes y su influencia en la realidad vivida entre el individuo y su obra.
Palabras clave: significado del trabajo, cualitativo, revisión
Introdução
Trabalho é um conceito cuja definição varia conforme os campos de estudo – economia, sociologia e psicologia — com cada uma destas grandes áreas contribuindo com importantes constructos teóricos. No campo da psicologia, as contribuições são oriundas de abordagens como a cognitivista, a existencialista, a construcionista, a de estudos culturais, a sócio-histórica e a psicodinâmica do trabalho (Gai et al., 2021).
A abordagem cognitivista representa o principal modelo teórico utilizado nos estudos no contexto brasileiro, com base advinda das pesquisas da equipe do grupo Meaning of Work (MOW), realizadas durante os anos de 1981 a 1983 em oito países. O modelo heurístico desenvolvido por este grupo levanta a hipótese de que o sentido do trabalho se relaciona a: (1) variáveis condicionais (compostas pela situação pessoal e familiar, histórico do trabalho e aspectos socioeconômicos ambientais); e (2) variáveis centrais (caracterizadas pela centralidade do trabalho na vida do indivíduo, normas sociais do trabalho e resultados valorizados do trabalho) (Akin & Loehr, 1988). Nesta perspectiva, enfatiza-se o fato de que a construção do significado do trabalho vai além das questões individuais, considerando também a influência do seu meio social, com suas crenças e valores específicos, determinante da interação entre o homem e seu trabalho (Gai et al., 2021).
Grande parte das pesquisas deste tema se concentram na metodologia quantitativa, utilizando-se de instrumentos desenvolvidos para esse fim, como é o caso dos questionários desenvolvidos pelo grupo MOW e posteriormente por Borges (1999). No entanto, apesar da abordagem quantitativa permitir uma visão mais ampla por englobar diversos aspectos contribuintes, esta se limita a uma visão homogênea do significado do trabalho, em um conceito grupal de cognições e representações sociais (Bendassolli et al., 2014). Para os autores, para uma visão mais aprofundada e abrangente, há a necessidade do uso de multimetodologias nas pesquisas, uma vez que a questão é, sabidamente, de base multidimensional, incluindo o indivíduo, a organização e o ambiente socioeconômico, além de ser um processo dinâmico. Portanto, sabendo-se da relevância dos aspectos individuais na composição do significado do trabalho, a metodologia qualitativa se mostra muito relevante, uma vez que possibilita a identificação e a compreensão dos contributos sociais em todas as formas de relações laborais, auxiliando na evolução da construção teórica acerca dessas relações (Cunha & Rego, 2019).
Diante de tantas mudanças impactantes no modelo de trabalho, o estudo do significado do trabalho se faz importante não apenas no âmbito teórico, mas também e principalmente para a aplicabilidade prática nas reestruturações organizacionais, auxiliando no entendimento dos fatores componentes da relação entre o homem e seu trabalho, bem como para o desenvolvimento de práticas de atuação e prevenção necessárias para a melhor gestão dos seus trabalhadores.
Considerando a importância dessa aplicabilidade e tendo em vista a diversidade de fatores individuais, organizacionais e sociais contida no espectro do conceito sobre o significado do trabalho, o objetivo deste estudo, ao realizar uma revisão da produção científica da abordagem qualitativa sobre o tema, consiste em explorar quais os aspectos identificados e as lacunas existentes até o momento.
Método
Realizou-se um estudo de revisão de literatura do tipo scoping, cuja finalidade é a de documentar aspectos recentes da literatura sobre determinado tema ainda pouco explorado, propiciando o entendimento de tópicos amplos (Munn, et al., 2018). Foram realizadas as recomendações para uma revisão de scoping, em cinco etapas: (a) delimitação da questão de investigação; (b) identificação de estudos relevantes; (c) seleção de estudos; (d) análise dos dados revisados; (e) agrupamento, resumo e disseminação dos resultados, conforme descrito no Scoping Reviews Manual do Instituto Joanna Briggs (Joanna Briggs Institute, 2015).
Delimitação da Questão de Investigação
A questão de investigação, “quais as evidências sobre o significado do trabalho em artigos empíricos de metodologia qualitativa?”, seguiu o acrônimo PCC (P = população; C = conceito; C = contexto) (Joanna Briggs Institute, 2015), considerando-se como população os artigos empíricos; o conceito do sentido do trabalho e o contexto de metodologia qualitativa, procurando-se entender quais as questões identificadas até o momento nas pesquisas qualitativas sobre o significado do trabalho.
Critérios para a Identificação e Seleção dos Estudos
Como critérios de inclusão, foram considerados os artigos empíricos de metodologia qualitativa ou mista, que realizaram abordagem focada relacionada ao significado do trabalho e cuja amostra fosse composta por indivíduos maiores de idade inseridos no mercado de trabalho. Foram incluídos trabalhos escritos em português, inglês ou espanhol e publicados em revistas revisadas por pares.
Em virtude do objetivo desta revisão de avaliar o conceito de significado do trabalho, o qual aborda aspectos relacionados unicamente ao contexto do indivíduo e o exercício do seu trabalho, optou-se por excluir estudos que continham outros fatores que poderiam interferir neste contexto, como questões de saúde e outras condições pessoais e/ou ambientais. Portanto, foram excluídos artigos cuja amostra era composta de pessoas com alguma patologia clínica e/ou mental; indivíduos que estavam em trabalhos suplementares, voluntários e/ou não remunerados; e estudantes e/ou estagiários. Artigos não empíricos, capítulos de livros, teses de mestrado e doutorado também foram retirados da revisão.
Coleta e Análise dos Dados Selecionados
Apesar da terminologia vastamente usada na literatura científica, de acordo com Rosso et al. (2010), o termo “meaning of work” representa adequadamente e de forma abrangente o conceito de sentido associado ao trabalho. Portanto, optou-se por utilizar o termo “meaning of work” ou “significado do trabalho” como termo conceitual na descrição deste trabalho. Foram exploradas as bases de dados Scopus, Web of Science e PsycINFO. As expressões “meaning of work” AND “mean* of work” AND “sense of work” AND “qualitative” foram empregadas na busca por artigos pertinentes à revisão.
Na busca inicial, foram encontrados 275 artigos científicos. Após revisão, foram retiradas 91 duplicatas entre as bases de dados, restando 184 estudos (110 pertencentes ao Scopus, 50 ao Web of Science e 24 ao PsycINFO). Destes, 160 foram descartados após submetidos a uma análise de título e resumo, por não abordarem a temática proposta, restando 24 artigos para análise. Quatro artigos foram excluídos por leitura parcial e na íntegra, restando 20 artigos na amostra final. A Figura 1 demonstra o diagrama de fluxo deste processo.
Figura 1
Diagrama de fluxo do Arocesso de coleta e análise do Scoping Review

Resultados
Dos artigos que compuseram essa revisão, a maioria foi produzida no Brasil (14 artigos), seguido por Colômbia (2 artigos), e demais países – Reino Unido, Suécia, Espanha, África do Sul e Turquia – com 1 artigo cada. Dezessete artigos realizaram pesquisas unicamente qualitativas e 4 artigos usaram o método misto. Os artigos selecionados, com os referidos autores, ano de publicação, metodologia empregada e principais resultados estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1
Descrição dos artigos selecionados
|
País |
Metodologia |
Participantes/ Contexto |
Resultados |
|
|---|---|---|---|---|
|
Coda & Fonseca (2004) |
Brasil |
Qualitativa |
Executivos de diferentes empresas |
Utilidade para a empresa; satisfação pessoal; retorno financeiro; estímulo pelos desafios e desenvolvimento de habilidades |
|
Morin et al. (2007) |
Brasil |
Qualitativa |
Jovens profissionais de administração de empresas |
Satisfação pessoal; autonomia; retorno financeiro; utilidade para a organização; status social |
|
Reynolds et al. (2012) |
Reino Unido |
Qualitativa |
Trabalhadores com mais de 65 anos de idade |
Manter-se ativo e evitar sentimentos negativos; estímulo de capacidades; reconhecimento; autoestima |
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Demirkasimoglu (2015) |
Turquia |
Qualitativa |
Professores de escolas públicas |
Satisfação pessoal e contribuição social relacionados à profissão |
|
Duarte & Simões (2015) |
Brasil |
Mista |
Profissionais da área da enfermagem em diferentes cargos |
Amor pela profissão, sentimento de prazer e orgulho; cuidar do outro |
|
Caraballo (2016) |
Colômbia |
Mista |
Docentes de universidades públicas e privadas |
Realização pessoal, relacionamento interpessoal; aperfeiçoamento profissional |
|
Vélez (2017) |
Colômbia |
Qualitativa |
Profissionais de diferentes áreas de atuação |
Aspectos negativos relacionados às condições educacionais, políticas empresariais e públicas; relações trabalhistas; precarização do trabalho |
|
Bianchi et al. (2018) |
Brasil |
Mista |
Gestores de diversas empresas multinacionais |
Trabalho como fator central; estímulo pelos desafios; fonte de prazer e prestígio; realização pessoal; retorno financeiro |
|
Barboza et al. (2018) |
Brasil |
Qualitativa |
Profissionais de enfermagem de enfermarias clínicas |
Contribuição social no cuidado com o outro; ampliação de conhecimento; crescimento profissional |
|
Granero et al. (2018) |
Espanha |
Mista |
Profissionais de enfermagem de diversos setores |
Importância social pelo cuidado com o outro |
|
Tannuri et al. (2018) |
Brasil |
Qualitativa |
Agentes públicos de políticas de emprego |
Contribuição social; forma de praticar ideais e valores intrínsecos. Organização do trabalho como fator negativo |
|
Mato et al. (2018) |
Brasil |
Qualitativa |
Garis coletores municipais |
Sentimento de utilidade social e para a empresa; valorização pessoal; prazer |
|
Vaclavik & Pithan (2018) |
Brasil |
Qualitativa |
Motoristas de aplicativo |
Autonomia; flexibilidade; autogestão; suprimento financeiro |
|
Vidman & Strömberg (2018) |
Suécia |
Qualitativa |
Funcionários de unidades de moradias públicas de idosos |
Sentimento de utilidade; reconhecimento; desafios; variabilidade e participação nas tarefas |
|
Irigaray et al. (2019) |
Brasil |
Qualitativa |
Docentes de ensino superior |
Trabalho como fator identitário e de vocação |
|
Mengatto & Camargo (2019) |
Brasil |
Qualitativa |
Servidores aposentados empregados em instituição de ensino superior |
Utilidade e manter-se ativo; gosto pela função; estímulo de potencialidades; autoestima; reconhecimento social; alívio da solidão |
|
da Costa et al. (2020) |
Brasil |
Qualitativa |
Profissionais da área da saúde |
Aspectos negativos da organização e condições de trabalho; excesso de burocracia e sobrecarga de horas de trabalho |
|
Ribeiro & Silva (2020) |
Brasil |
Mista |
Professores de graduação e |
Orgulho e reconhecimento da profissão; contribuição social e relacionamento interpessoal |
|
Alcadipani et al. (2021) |
Brasil |
Qualitativa |
Detetives policiais |
Contribuição para a sociedade; trabalho como vocação; respeito e honra. Falta de reconhecimento pela sociedade e órgãos públicos como aspectos negativos |
|
K. Prado et al. (2021) |
Brasil |
Qualitativa |
Profissionais de enfermagem de um hospital geral |
Utilidade social; reconhecimento; relacionamento interpessoal e oportunidade de desenvolvimento |
A predominância de artigos brasileiros após as etapas de seleção foi fato notadamente percebido, e ao analisar os possíveis motivos para este resultado, os autores verificaram que, dos artigos excluídos na análise de títulos e resumos, a maioria dos artigos de outros países, apesar de utilizarem a terminologia das palavras “meaning” e “sense”, não realizaram a investigação específica sobre o conceito do significado do trabalho, estando esses termos apenas incorporados a outros tipos de temas investigados. Outro motivo encontrado foi o de que muitos trabalhos que abordaram o conceito do significado do trabalho foram realizados com populações que possuíam alguma limitação física e/ou psíquica e com menores de idade, características que eram critérios de exclusão desta revisão.
Observou-se variedade nas abordagens metodológicas qualitativas utilizadas, com predominância das entrevistas semiestruturadas individuais, com diferentes métodos interpretativos, principalmente os de análise temática, núcleos de significância e fenomenológicos. Em menor escala, foram utilizados os métodos de observação de campo, palavras-chave, recortes de gibi e questões qualitativas nos instrumentos utilizados.
Com relação ao embasamento teórico, apenas os estudos brasileiros realizaram suas discussões nas teorias existentes sobre o significado do trabalho, baseando-se principalmente nos trabalhos de Morin, Rosso, Oliveira e do grupo MOW. As discussões dos demais artigos, conforme método de análise utilizado, foram realizadas de acordo com os temas e significados encontrados, conforme especificidades de gênero, trabalho e condições laborais observadas. Este fato pode ser explicado em função destes estudiosos brasileiros serem fonte para o embasamento teórico utilizado pelos autores dos artigos selecionados.
A abordagem do tema pelos artigos incluídos na revisão pôde ser dividida de forma conceitual em duas grandes dimensões, a de categorias profissionais e a de outras abordagens. Na primeira, incluíram-se os artigos relacionados a categorias específicas de trabalho, agrupados conforme o foco na área de atuação (servidores públicos e setor empresarial) ou em profissões específicas (professores e enfermeiros); enquanto na segunda incluíram-se os artigos que tiveram como foco outras características centrais, como faixa etária, trabalho informal e fatores macrossociais (Figura 2).
Figura 2
Categorias de Resultados Conforme o Foco de Interesse

Significados do Trabalho em Contextos de Distintas Categorias Profissionais
Nos estudos realizados com professores, as características comuns observadas relacionadas ao significado do trabalho na totalidade dos estudos se referem ao orgulho da profissão e ao amor à função realizada. No entanto, diferentes conceitos estiveram relacionados aos ambientes de trabalho e níveis de ensino. Os professores do ensino básico e médio entrevistados no trabalho de Demirkasimoglu (2015) levantaram como aspecto adicional de sentido a contribuição à sociedade pela atuação do professor, considerando como importância secundária o retorno financeiro devido. Por outro lado, os professores do ensino superior, nos demais estudos, tiveram como aspectos primordiais comuns de sentido a possibilidade de aperfeiçoamento profissional contínuo, bem como da valorização do seu esforço e desempenho (Caraballo, 2016; Irigaray et al., 2019; Ribeiro & Silva, 2020). Como aspectos negativos contribuintes, a não valorização da função tanto pela sociedade quanto pelos órgãos públicos superiores foi mais preponderante para os professores dos ensinos básico e médio; enquanto a sobrecarga e exigências do trabalho e a desvalorização da instituição de ensino foram preponderantes para os professores de ensino superior.
Nas abordagens realizadas com profissionais da área de enfermagem, o significado do trabalho esteve principalmente atrelado à contribuição social pelo bem-estar e cuidado do outro, como forma de realização pessoal, percebido sobretudo nos estudos com profissionais que atuam no cuidado direto com o paciente (Barboza et al., 2018; Mara & Duarte, 2015; Prado, Sant’Anna, & Diniz, 2021). Demais aspectos considerados importantes foram o reconhecimento da profissão e das atividades exercidas, possibilidade de crescimento profissional e remuneração financeira. Por outro lado, os aspectos negativos elucidados também comumente encontrados se relacionam à sobrecarga de trabalho, tanto funcional quanto de tempo (Granero et al., 2018; Mara & Duarte, 2015). Os estudos cujos participantes trabalhavam em instituições maiores trouxeram também questões de relacionamento interpessoal e insatisfação com as demandas organizacionais como pontos negativos (Granero et al., 2018; Mara & Duarte, 2015; Prado et al., 2021).
Os trabalhos realizados com profissionais do ambiente empresarial também evidenciaram características em comum. Nesses casos, ficou fortemente evidente a relevância de aspectos pessoais como componentes na constituição do sentido do trabalho, principalmente relacionados à satisfação pessoal, como sentimento de utilidade e autonomia, desenvolvimento de capacidades e habilidades e condições de provisão financeira. Também como meio de estabelecer relações interpessoais dentro e fora do ambiente de trabalho, possibilitando a inserção em grupos sociais, por afinidades de interesse e/ou de status social. Outro aspecto comum descrito foi o sentimento de pertencimento e a importância do ambiente de trabalho para esses profissionais. A percepção da utilidade para a organização, bem como o reconhecimento por parte desta, foram fatores unanimemente pontuados (Bianchi, 2018; Coda & Fonseca, 2004; Morin et al., 2007). Sobre este ponto, o trabalho realizado por Bianchi (2018) traz como achado significativo a importância da relação entre a cultura organizacional e os valores intrínsecos e extrínsecos dos gestores como aspecto contribuinte para o significado do trabalho para esses profissionais, influenciando diretamente na forma como estes atuam em relação aos seus colaboradores.
Nos estudos brasileiros com profissionais que atuam em serviços públicos, os pontos em comuns observados se referem a questões negativas do funcionamento dos serviços públicos. Dentre essas, foram citadas dificuldades relativas à organização pública, às condições de trabalho, ao excesso de burocracia e demandas exigidas e à falta de autonomia e reconhecimento (Alcadipani et al., 2021; Da Costa et al., 2020; Tannuri & Pérez-Nebra, 2018). Nas percepções positivas que dão significado ao trabalho, embora em diferentes funções, notou-se congruência no aspecto relativo à contribuição social, principalmente nas profissões que lidam diretamente com o ser humano, como foi mais intensamente descrito nos estudos com policiais e com agentes de políticas de emprego (Alcadipani et al., 2021; Tannuri & Pérez-Nebra, 2018). Já no estudo feito com garis coletores, apesar do aspecto de contribuição social pela sua função ser citado, o significado do trabalho esteve fortemente atrelado às questões individuais, como sentimentos de valorização e capacidade (Matos et al., 2018).
De forma semelhante aos estudos brasileiros, a pesquisa feita com trabalhadores de serviços de residências sociais para idosos na Suécia, trouxe como foco principal o cuidado com o outro como significado para o trabalho, atrelado aos sentimentos de realizar algo útil e significativo, bem como e relação de reciprocidade com o idoso. Pontua como aspectos individuais, a satisfação de poder exercer os conhecimentos adquiridos e manter relações interpessoais com diferentes pessoas e, também, organizacionais, como a necessidade de sentir-se participativo nas tomadas de decisões e ter autonomia no cuidado direto com o idoso (Vidman & Strömberg, 2018).
Significados do Trabalho em Diferentes Contextos
Dois artigos desta revisão abordaram o contexto do trabalho na faixa etária superior a 65 anos. Em ambos, pode-se perceber congruências nos aspectos descritos como primordiais na construção do significado do trabalho para estes indivíduos. Apesar da diferença regional e das funções exercidas pelos participantes de cada estudo – trabalhadores de universidade no artigo brasileiro e de diferentes funções no artigo do Reino Unido – os aspectos citados como contribuintes de forma significativa foram o prazer pelo trabalho; a possibilidade de se manter ativo e evitar as consequências negativas da aposentadoria, como a ociosidade e degradação física e mental; a possibilidade de desenvolvimento das habilidades e capacidades; a manutenção da autoestima e do bem-estar; e a manutenção das relações interpessoais, bem como o de pertencimento a uma esfera social e organizacional. Apesar de no artigo do Reino Unido os participantes evidenciarem o ganho financeiro de forma mais preponderante, em ambos, este aspecto não esteve presente entre as principais motivações no exercício do trabalho nessa faixa etária (Mengatto & Camargo, 2019; Reynolds et al., 2012).
Outro artigo desta revisão trouxe como contexto específico de análise o trabalho autônomo, ao analisar o significado do trabalho para motoristas de aplicativos. Uma vez que essa prática relativamente recente se tornou mais comum como forma de suprir as necessidades financeiras para indivíduos desempregados, a característica da transitoriedade do trabalho como função específica de suprimento financeiro foi o aspecto mais ressaltado sobre o significado do trabalho para esses indivíduos. A ausência do sentimento de reconhecimento como “profissional” foi citada como fator negativo. Por outro lado, a possibilidade de autogestão, flexibilidade e autonomia foram citados como fatores positivos nesta forma de trabalho (Vaclavik & Pithan, 2018).
Mesmo quando o trabalho possui âmbito assistencial, na forma de auxílio público para os indivíduos desempregados ou com renda insuficiente, os significados elaborados são semelhantes, como demonstrou Wiltshire (2016) em sua pesquisa realizada na África do Sul. A autora demonstra como elementos da teoria sobre o significado do trabalho de Kaplan e Tausky (1974) – como a satisfação pessoal, o sentimento de utilidade e o meio de interação social – são presentes mesmo quando a atividade laboral é exercida nesse contexto, concluindo que, para os indivíduos nessas condições, esse trabalho é igualmente significativo, proporcionando satisfação nos aspectos econômico, social e individual.
Por fim, abordando os fatores macrossociais que exercem influência no desenvolvimento do significado do trabalho, o artigo colombiano discorre sobre as consequências das políticas públicas trabalhistas adotadas no país. Em função dos diversos cargos dos 50 participantes da pesquisa, pode-se elencar questões desde a formação educacional até os regimes trabalhistas existentes. Segundo esses, a primeira questão negativa é encontrada ainda na formação, uma vez que a educação é de difícil acesso no país. Essa condição gera injustiça social e abuso por parte das organizações, uma vez que o trabalhador não desenvolve condições de lutar pelos seus direitos. Ocorre, portanto, uma relação mútua negativa entre empregados e empregadores, em que ambos oferecem pouco, propositalmente. O desemprego, como outro resultado observado, aumenta, por sua vez, o trabalho informal e suas consequências socioeconômicas, como a maior precarização do trabalho e a “naturalização” dessa condição, em função da grande parcela de população nessa situação. Por tudo isso, o significado do trabalho descrito pelos participantes possui conotação negativa, relacionado aos sentimentos de solidão, individualismo, incerteza e angústia (Vélez, 2017).
Discussão
Uma vez que a revisão de scoping tem por objetivo analisar a produção científica existente sobre determinado tema, o objetivo deste estudo foi o de avaliar as evidências observadas pelos estudos de metodologia qualitativa que abordaram de alguma forma o tema significado do trabalho. Com o objetivo específico de avaliar este conceito sem a interferência de outras variáveis que poderiam, de alguma forma, interferir na percepção do mesmo, estudos realizados com populações específicas (com patologias clínicas e/ou mentais, menores de idade, ou com trabalho não remunerado) não foram incluídos nesta revisão, o que explica a restrição da quantidade de artigos incluídos. Observou-se que as abordagens metodológicas qualitativas realizadas para a avaliação do significado do trabalho foram variadas, utilizando-se diferentes bases teóricas. Os resultados obtidos, embora pela diferença de metodologias, não variaram nos artigos presentes. De forma geral, os aspectos observados contribuintes para o significado do trabalho em todas as populações abordadas são congruentes, com algumas características específicas conforme a função exercida ou o contexto abordado. Embora o fato de que apenas os artigos brasileiros utilizaram teorias do significado do trabalho, as evidências levantadas pelos demais estudos demonstram os fatores descritos por estas teorias, demonstrando a congruência existente entre o conteúdo do conceito do significado do trabalho e as evidências levantadas na investigação empírica.
Em função do forte embasamento teórico para o campo da psicologia, a discussão dos artigos desta revisão será embasada no modelo heurístico proposto pelo projeto Meaning of Work (MOW). Neste modelo, os aspectos característicos ao indivíduo, denominados de variáveis centrais, inicialmente em número de seis, foram posteriormente agrupados em três dimensões: centralidade do trabalho, normas sociais sobre o trabalho e resultados valorizados do trabalho (Akin & Loehr, 1988). A dimensão da centralidade do trabalho refere-se à representatividade deste na vida do indivíduo, ocupando lugar de grande importância, de forma central. Essa dimensão pode ser observada em todos as pesquisas realizadas com professores, os quais manifestaram essa importância do trabalho em suas vidas, atribuindo ao sentimento de amor e vocação (Caraballo, 2016; Demirkasimoglu, 2015; Irigaray et al., 2019; Ribeiro & Silva, 2020). Da mesma forma foi observado nos estudos da categoria de enfermagem, em que o sentimento de satisfação e prazer pela atuação foi fortemente afirmado (Barboza et al., 2018; Granero et al., 2018; Mara & Duarte, 2015). Para categoria corporativa, nos estudos com executivos e gestores de diferentes empresas, a centralidade do trabalho foi fortemente evidenciada, relacionada principalmente ao sentimento de prazer gerado pelos desafios enfrentados, sendo a única categoria em que o trabalho foi expressamente colocado como mais importante que a família (Bianchi, 2018; Coda & Fonseca, 2004).
A segunda dimensão do MOW, referente às normas sociais sobre o trabalho, é composta por duas partes antagônicas, de um lado relativa aos direitos do trabalhador, ou seja, que a função exercida seja socialmente aceita e respeitada; de outro, aos deveres do trabalhador, na qual o trabalho deva ser fonte de alguma forma de contribuição social pelo indivíduo (Tolfo & Piccinini, 2007). Na mesma linha conceitual, os aspectos apontados tanto por Morin (2001) quanto por Borges (1999) se referem ao sentimento de contribuição e responsabilidade social. Esse conceito amplamente descrito esteve presente em vários estudos, percebidos tanto de forma positiva como negativa.
A percepção positiva foi vista principalmente na constituição do significado do trabalho para os entrevistados, cujo trabalho trazia benefícios ao ser humano de forma direta, seja na função de educar, como no artigo dos professores do ensino básico e médio na Turquia (Demirkasimoglu, 2015); na função de proteger o outro, visto no estudo brasileiro com policiais (Alcadipani et al., 2021); no amparo ao desemprego, como no artigos dos servidores públicos de políticas de emprego (Tannuri & Pérez-Nebra, 2018); e no cuidado da saúde, em estudos com profissionais da enfermagem (Barboza et al., 2018; Mara & Duarte, 2015; Prado et al., 2021). De forma indireta, a contribuição social também esteve presente na função de limpar a cidade, aspecto citado pelos garis (Matos et al., 2018). A percepção negativa, em todos os artigos citados, esteve vinculada ao sentimento de não valorização pela sociedade do seu esforço e dedicação laborais.
A terceira dimensão do grupo MOW, denominada de resultados valorizados do trabalho, derivada do conceito de Kaplan e Tausky (1974), relaciona-se aos retornos obtidos do trabalho e que satisfazem tanto as necessidades concretas (significado instrumental) quanto subjetivas (significado expressivo) do indivíduo (Akin & Loehr, 1988). Tais necessidades, como sustento pessoal e familiar, e realização pessoal também foram elencadas por Borges (1999) como atributos descritivos e valorativos do trabalho (Tolfo & Piccinini, 2007). Para Morin (2001), essa dimensão compreende também a interação e a vinculação interpessoal dentro e fora do ambiente laboral.
Nesta dimensão, vários aspectos puderam ser observados nos estudos incluídos. Sobre o retorno financeiro, percebeu-se diferenças na sua importância conforme o trabalho exercido. De forma aparentemente relacional, quando o aspecto da contribuição social teve peso significativo para a constituição do significado do trabalho, no contraponto, o retorno financeiro ficou em plano de menor importância, como evidenciado nos artigos com professores da Turquia (Demirkasimoglu, 2015), com profissionais da enfermagem (Prado et al., 2021) e com servidores públicos de políticas de emprego (Tannuri & Pérez-Nebra, 2018). Considerando esse contexto laboral, aparentemente, o retorno financeiro passa a ter mais importância em trabalhos do setor privado, como se pode notar pela diferença na profissão de enfermagem, em que os participantes que trabalhavam em clínicas e hospital de ensino ressaltaram o retorno financeiro de forma mais intensa (Barboza et al., 2018; Mara & Duarte, 2015).
Na mesma análise, pode-se notar que o setor organizacional foi o que teve na sua totalidade de entrevistados o retorno financeiro, bem como outros aspectos dessa dimensão, como inserção em grupos sociais, prestígio e benefícios próprios, os pontos principais associados ao significado do trabalho (Bianchi, 2018; Coda & Fonseca, 2004; Prado et al., 2021). Ainda no contexto laboral, mas diferentemente da posição complementar, em maior ou menor grau, o retorno financeiro se mostrou de grande importância para os motoristas de aplicativos, sendo, nesse caso, fonte alternativa essencial e de urgência para o suprimento básico de subsistência pessoal e familiar (Vaclavik & Pithan, 2018).
A valorização desses resultados do trabalho também pode ser observada de forma explícita nos estudos realizados com indivíduos acima de 60 anos. As questões relativas à realização pessoal estiveram fortemente presentes, por representarem, além do desafio físico e mental, estímulo frente às incapacidades da idade. As interações pessoais, além da inserção no ambiente laboral, tiveram papel importante na evitação da solidão. O retorno financeiro foi considerado menos importante, atrelado mais ao auxílio próprio ou familiar (Mengatto & Camargo, 2019; Reynolds et al., 2012).
Além das dimensões individuais, dois outros aspectos contribuintes para o significado do trabalho foram observados nos estudos desta revisão. O primeiro refere-se à dimensão organizacional, especialmente relacionado à necessidade de reconhecimento do trabalho exercido. Esse sentimento foi verbalizado pelos participantes em diferentes contextos laborais, com intensidades variadas e sentidos opostos. Nos trabalhos realizados com servidores públicos, o estudo com policiais trouxe o reconhecimento por parte da instituição governamental como fator significativo, porém, com sentido negativo, uma vez que não se sentiam valorizados por esta (Alcadipani et al., 2021). Já para os coletores de lixo domiciliares, o sentimento de utilidade e reconhecimento de seu trabalho pela empresa foi citado como algo positivo (Matos et al., 2018). No entanto, para os trabalhadores das organizações privadas, esse aspecto apareceu de forma mais relevante e significativamente positiva, aparentemente relacionado ao sentimento de capacidade produtiva, como evidenciado no artigo com professores de graduação e pós-graduação de uma universidade brasileira (Ribeiro & Silva, 2020) e, de forma ainda mais intensa, nos artigos com profissionais do ambiente empresarial (Bianchi, 2018; Coda & Fonseca, 2004; Morin et al., 2007). Segundo a revisão conceitual da literatura realizada por Rosso et al. (2010), dentre os componentes do contexto do ambiente laboral, as ideologias e os conceitos organizacionais são pontos que, apesar de ainda pouco estudados, parecem compor de forma significativa o sentido do trabalho, na medida em que o trabalhador se identifica com estes e se sente parte integrante das missões as quais a organização se propõe a realizar.
O segundo aspecto, observado no artigo realizado com trabalhadores de diversas áreas da cidade de Medelín, trata do efeito “macro” exercido pelo aspecto socioeconômico na constituição do significado do trabalho. Esse aspecto, embora não considerado posteriormente, faz parte do modelo heurístico inicial do estudo MOW, classificado dentro das variáveis denominadas de condicionais, considerado pelos autores como relacionado às influências das leis, sistema das relações industriais, força da participação da mão de obra, sistema educacional, índices de desemprego e de saúde de um país (Akin & Loehr, 1988). Estes aspectos puderam ser observados nos trabalhadores colombianos, demonstrando o impacto que os aspectos macrossociais causam desde a formação até as relações trabalhistas, gerando sentimentos negativos sobre o significado do trabalho (Vélez, 2017).
Os resultados desta revisão demonstraram que os estudos que utilizam metodologia qualitativa contribuem sobretudo com evidências relativas aos aspectos individuais componentes do significado do trabalho. Foi possível notar que as características descritas pelos estudos estiveram consonantes de acordo com o contexto abordado – como categorias de trabalho, aspectos etários ou sociais –, demonstrando as similaridades existentes nas diferentes dimensões do conceito do significado do trabalho, conforme o enfoque abordado. Apenas as categorias profissionais de professores, profissionais da enfermagem e do setor organizacional foram foco de estudos, havendo ainda uma grande lacuna nas pesquisas de outras profissões.
Pode-se observar que as evidências descritas estão de acordo com as teorias existentes, porém, por meio da investigação qualitativa, pode-se proporcionar compreensão mais aprofundada das associações existentes de cada componente teórico com a realidade vivenciada entre indivíduo e seu trabalho em diferentes contextos pessoais, laborais e socioculturais. Chama atenção constatar que a abordagem qualitativa sobre o conceito do significado do trabalho se mostre realizada, em sua maior parte, por estudos brasileiros. Tal fato pode ser explicado em função do país possuir alguns dos principais estudiosos atuais sobre o tema. Outra explicação possível é a de que muitos estudos não brasileiros foram excluídos em função dos participantes estarem nos critérios de exclusão, o que pode indicar uma preferência por métodos quantitativos, bem como o interesse pelo estudo de populações e contextos mais específicos em relação ao tema.
Como limitações deste estudo, pelo enfoque direcionado para a metodologia de pesquisa qualitativa, realizada com indivíduos maiores de idade em atividade laboral e sem questões de saúde que possam influenciar na conotação sobre o significado do trabalho, as conclusões desta revisão não podem ser estendidas para indivíduos que ainda não ingressaram no mercado de trabalho ou que possuam alguma condição de saúde.
Por fim, conclui-se que este trabalho fornece informações importantes ao demonstrar as diferenças existentes nas percepções positivas e negativas na construção do significado do trabalho nos diferentes contextos laborais, pessoais e sociais. Uma vez que o significado do trabalho é conceito de construção multifatorial, composto de dimensões individuais, organizacionais e macrossociais, a abordagem quantitativa oferece construto teórico de forma ampla, porém generalizada. Portanto, a pesquisa qualitativa possibilita, complementarmente, compreensão específica e aprofundada, fornecendo material importante para a execução dos trabalhos de atuação e prevenção focados em diferentes populações de trabalhadores.
As contribuições desta revisão para futuros trabalhos consistem na percepção da carência de abordagens focadas em grupos profissionais, cujo enfoque pode servir para a compreensão dos fatores específicos e preponderantes do significado do trabalho presentes nas diferentes funções laborais.
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Recebido em: 03/04/2024
Última revisão: 15/11/2024
Aceite final: 03/04/2025
Sobre os autores:
Karina Borgonovi Silva Barbi: [Autora para contato]. Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Docente da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas. E-mail: karina.barbi@puc-campinas.edu.br, Orcid: https://orcid.org/0000-0003-1559-0093 .
Edson Roberto De Paula: Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). E-mail: edson.rp1@puccampinas.edu.br, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4005-1123
Gabriel Massucato Pavão: Mestrando em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). E-mail: gabriel.mp3@puccampinas.edu.br, Orcid: https://orcid.org/0000-0003-3766-1147
João Carlos Caselli Messias: Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUC-Campinas. E-mail: joao.messias@puc-campinas.edu.br, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6487-4407
Rodolfo Augusto Matteo Ambiel: Doutor em Psicologia pela Universidade São Francisco (USF). Docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) PUC-Campinas. E-mail: rodolfo.ambiel@puc-campinas.edu.br, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-3921-8547
doi: http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v1i1.2148
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