Habilidades Sociais e Satisfação Profissional de Médicos que Atendem em Contexto Ambulatorial1

Social Skills and Professional Satisfaction of Physicians who Attend in an Outpatient Setting

Habilidades Sociales y Satisfacción Profesional de Médicos que Atienden en Contexto de Ambulatorio

Nádia Prazeres Pinheiro-Carozzo2

Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Bruno Luiz Avelino Cardoso

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Catarina Malcher Teixeira

Flávia Costa Haidar

Júlia Milhomens de Sousa

Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Resumo

Este estudo teve como objetivo analisar o repertório de habilidades sociais (HS) e a satisfação profissional (SP) de médicos que atendem em contexto ambulatorial. Adotou-se delineamento descritivo, correlacional e transversal. Quarenta e seis médicos, selecionados via amostragem não probabilística, responderam a um Protocolo de Caracterização Individual e ao Inventário de HS2 – versão preliminar. Os principais resultados indicaram: (a) bom repertório, acima da média, para o escore total de HS; (b) bom repertório, abaixo da média, para Conversação e Desenvoltura Social e Assertividade Afetivo-Sexual; bom repertório, acima da média, para Assertividade de Autodefesa e Assertividade de Autoexposição Social; e repertório bastante elaborado para Expressão de Sentimentos Positivos; e (c) correlação positiva entre HS e SP. Um bom repertório de HS facilita ao estabelecimento de um bom vínculo terapêutico, serve de fator de proteção contra o estresse e outros problemas mentais e possibilita a satisfação profissional.

Palavras-chave: habilidades sociais, relação médico-paciente, satisfação no trabalho

Abstract

This study aimed to characterize the repertory of Social Skills (SS) and professional satisfaction (PS) of physicians who attend in an outpatient setting. A descriptive, correlational and cross-sectional design was adopted. Forty-six physicians, selected through non-probabilistic sampling, answered to an Individual Characterization Protocol and the SS Inventory 2 – preliminary version. The main results indicated: (a) good repertory, above average, for the total SS score; (b) good repertoire, below average, for Conversation and Social Resourcefulness and Affective-Sexual Assertiveness; a good repertoire, above average, for Self-Defense Assertiveness and Social Self-Exposition Assertiveness; and a very elaborate repertoire for Expression of Positive Feelings; and (c) positive correlation between SS and PS. A good repertoire of SS facilitates the establishment of a good therapeutic link, works as a protector factor against stress and other mental health problems and makes possible the professional satisfaction.

Keywords: social skills, physician-patient relationship, job satisfaction

Resumen

Este estudio objetivó analizar el repertorio de habilidades sociales (HS) y la satisfacción profesional (SP) de médicos que atienden en contexto de ambulatorio. Se adoptó delineamiento descriptivo, correlacional y transversal. Cuarenta y seis médicos, seleccionados mediante muestreo no probabilístico, respondieron a un Protocolo de Caracterización y al Inventario de HS2 – versión preliminar. Los resultados indicaron: (a) buen repertorio, por encima de la media, para el puntaje total de HS; (b) buen repertorio, por debajo de la media, para Conversación y Desenvoltura Social y Asertividad Afectivo-Sexual; buen repertorio, por encima de la media, para Asertividad de Autodefensa y Asertividad de Autoexposición Social; y un repertorio bastante elaborado para Expresión de Sentimientos Positivos; y (c) correlación positiva entre HS y SP. Un buen repertorio de HS facilita el establecimiento del vínculo terapéutico, funciona como factor de protección contra el estrés y otros problemas mentales y posibilita la satisfacción profesional.

Palabras clave: habilidades sociales, relación médico-paciente, satisfacción en el trabajo

Introdução

O modelo biomédico trouxe contribuições para o trabalho na área da saúde, tais como a sistematização do cuidado e formas de conhecimento sobre as doenças. Por um lado, esse modelo implicou valorização dos fatores biológicos, incorporação de maior aparato mecanicista, alívio de dores e tratamento de diversos agravos em saúde. Por outro, apresentou limites na atenção à saúde, dando pouca ênfase ao contexto no qual cada paciente estava inserido, aos aspectos psicológicos, sociais e à relação médico-paciente envolvidos no processo saúde-doença (Barletta, 2018). Diante desse quadro, foi proposto um novo modelo, que favorecesse uma visão abrangente da concepção de adoecimento, nomeado como biopsicossocial. Ao contrário do modelo mecanicista biomédico, este teria como foco o indivíduo em suas dimensões biológicas, psicológicas e sociais, e não apenas em relação à presença ou ausência de doenças (Barletta, 2014; Simões & Barletta, 2009). A proposta desta perspectiva tornou a relação entre médico e paciente um dos eixos fundamentais no atendimento (Barletta, 2008; 2018).

Entre os comportamentos que passaram a ser considerados nesse contexto, destaca-se a comunicação entre o médico e o seu paciente. O uso das habilidades comunicacionais tem sido identificado na literatura como componente do tratamento humanizado, relevante para a obtenção dos resultados esperados em saúde, melhoria na relação médico-paciente, adesão ao tratamento e satisfação do usuário (Barletta, Gennari, & Cipolotti, 2011; Kelley, Kraft-Todd, Schapira, Kossowsky, & Riess, 2014; Martins, Meneghim, Martins, & Pereira, 2014; Mazor et al., 2013; Robinson, Hoover, Venetis, Kearney, & Street, 2013). É por meio da comunicação que o profissional obtém informações acerca do estado de saúde do paciente, elabora estratégias de tratamento e influencia o comportamento dele no sentido da adesão à terapêutica (Straub, 2014). Uma comunicação empobrecida, além de causar impactos psicológicos ao paciente (Traiber & Lago, 2012), pode induzir ao erro médico dada a falta de informações para o manejo do tratamento (Rocha et al., 2011).

Uma estratégia para evitar tais consequências negativas está relacionada à emissão de comportamentos que favoreçam a interação médico-paciente. Neste sentido, é necessário que o profissional tenha domínio em três dimensões: teórica (conhecimento sobre os fatores que envolvem o ser humano), prática (capacidade de executar intervenções) e da capacidade de manejar adequadamente suas relações interpessoais (Barletta et al., 2011). No caso dessa última, por meio da utilização de habilidades sociais (HS), que são comportamentos aprendidos socialmente, considerados pelo grupo social como aceitáveis, adaptativos e funcionais (Del Prette & Del Prette, 2014), e que tendem a favorecer uma interação efetiva com os pacientes. Ademais, um vasto repertório destas habilidades (e. g., comunicação, ­civilidade, fazer e manter amizade, empatia, assertivas, expressar solidariedade, manejar conflitos e resolver problemas interpessoais, expressar afeto e intimidade, coordenar grupo, falar em público), pautado por valores de convivência, conhecimento sobre o ambiente e das expectativas da cultura, autoconhecimento e automonitoria, instrumentaliza o profissional em uma postura socialmente competente (ver Del Prette & Del Prette, 2017). Tal postura tende a maximizar ganhos, e. g. estabelecimento e manutenção de relações sociais duradouras e produtivas, maior probabilidade de satisfação e motivação pessoal; e, ao mesmo tempo, minimizar interações sociais aversivas, tanto para o indivíduo como para o grupo social (Colombo & Prati, 2014; Del Prette & Del Prette, 2017).

Apesar de sua importância, nem sempre as habilidades sociais e a competência social são abordadas de forma sistemática no ambiente acadêmico, por parte dos professores e coordenadores dos cursos (Del Prette & Del Prette, 2003). Contudo, as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Medicina no Brasil preconizam que as habilidades sociais (e. g. comunicação entre o médico e o paciente) são uma das temáticas que devem ser desenvolvidas e adquiridas durante a graduação:

. . . comunicação, por meio de linguagem verbal e não verbal, com usuários, familiares, comunidades e membros das equipes profissionais, com empatia, sensibilidade e interesse, preservando a confidencialidade, a compreensão, a autonomia e a segurança da pessoa sob cuidado (Brasil, 2014, p. 2).

Esse pressuposto compreende que os pacientes almejam encontrar profissionais de saúde qualificados, comprometidos, dispostos a escutá-los com atenção e estabelecer uma comunicação acolhedora, valorizando os discursos dos usuários e contribuindo para o suprimento de suas necessidades (Hoyos, Cardona, & Correa, 2008; Oliveira et al., 2008; Schimith, Simon, Bretas, & Budo, 2011). Em razão disso, as investigações no campo teórico-prático das HS são ferramentas significativas para o desenvolvimento de condições satisfatórias na área da saúde (Barletta, Murta, Cardoso, Gennari, & Cipolotti, 2014).

Jorge (2015), com o objetivo de avaliar as HS dos médicos, por meio da sua autopercepção e da percepção dos seus pacientes, identificou que 65% deles apresentaram escores considerados bons ou bastante elaborados e que os pacientes tinham uma percepção mais positiva das HS dos médicos do que os próprios profissionais. No mesmo sentido, Cardoso (2016), ao verificar o grau de satisfação do usuário com a consulta e relacioná-lo com a relação estabelecida entre médico e paciente, concluiu que os pacientes se encontram satisfeitos com a dinâmica relacional estabelecida durante a consulta, mas que ainda sentem a necessidade de que ela seja melhorada. Já Arruda e Bosi (2017), ao estudarem a satisfação do usuário com o cuidado na atenção primária na rede pública de saúde, verificaram a persistência de relatos acerca da importância da dimensão relacional − notadamente, o acolhimento, o olhar e o conversar com o paciente −, que se fazem presentes ao se indicar a satisfação ou insatisfação com o serviço.

Além de trazer comprometimentos para a relação entre o médico e o paciente e para a avaliação do serviço prestado, um repertório deficitário de HS pode ser fator de insucesso profissional naquelas profissões que exigem do trabalhador a utilização intensa de relações interpessoais (Magalhães & Murta, 2003; Grazziotin & Scortegagna, 2015), como é o caso do médico. Acredita-se que conseguir gerenciar demandas de trabalho a fim de evitar ­sobrecarga, manejar satisfatoriamente a equipe de trabalho e estabelecer relações saudáveis com os colegas de profissão são HS que podem relacionar-se com a satisfação profissional.

Essa relação tem sido alvo de estudos recentes. Dois estudos independentes evidenciaram que a satisfação profissional se correlaciona de maneira positiva com habilidades sociais e empatia (Abedi, Amiri, Gandaghi, & Khanifar, 2016; Mohammad, Akhtar, Rahman, & Haleem, 2018). Ambos utilizam um instrumento de inteligência emocional em que tais habilidades são dimensões ou fatores, e não o constructo principal. Zadeh e Hashemi (2017) obtiveram resultados que sinalizam que a assertividade é um preditor de sucesso e satisfação com colegas. Apesar de utilizar uma amostra de profissionais de saúde, não estudaram outras HS. Por sua vez, Hennekam (2015) encontrou uma correlação positiva entre HS e satisfação profissional, em trabalhadores adultos maiores de 50 anos. Destarte, nenhum dos estudos previamente citados investigou HS, com um instrumento específico, em uma amostra de profissionais da saúde.

Diante da compreensão de que um amplo repertório de HS favorece a satisfação profissional e a melhor relação médico-paciente, este estudo teve como objetivo caracterizar o repertório de HS de médicos e relacioná-lo com o nível de satisfação do profissional.

Método

Delineamento do Estudo

Trata-se de um estudo descritivo e correlacional de corte transversal, visto que tem como objetivo o estudo e a descrição das características de uma população-alvo e a investigação da existência de relação entre determinadas variáveis, com coleta em um momento (Gil, 2008).

Aspectos Éticos

Esta pesquisa seguiu em conformidade com os princípios contidos na Declaração de Helsinque da Associação Médica Mundial (Associação Médica Mundial [AMA], 1964 e reformulações), bem como aqueles contidos na Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012, que dispõe sobre as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas envolvendo Seres Humanos (Brasil, 2012). Foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com CAAE n. 55786716.0.0000.5087 e parecer n. 1.572.380.

Participantes

Participaram desta pesquisa 46 médicos, recrutados por meio de amostragem não probabilística por conveniência. Os profissionais estavam com inscrição ativa no Conselho Regional de Medicina do estado do Maranhão (CRM-MA), haviam concluído ou cursavam Residência Médica e atendiam em ambulatórios públicos, consultórios privados ou ambos. Os respondentes se distribuíram da seguinte maneira: 58,1% (n = 25) atendiam concomitantemente na rede pública e privada, enquanto 23,3% (n = 10) apenas na pública e 18,6% (n = 8) na privada. Essa distribuição condiz com dados encontrados pelo estudo sobre a Demografia Médica no Brasil, que aponta que a maioria trabalha em ambas as redes (Scheffer, Biancarelli, & Cassenote, 2015). Do total de participantes, houve maioria masculina (n = 27). A idade ­variava de 27 a 72 anos (Média [M] = 44.96, Desvio Padrão [DP] = 12,04); tempo de conclusão da graduação variava de 3 a 46 anos (M = 20,6, DP = 12,56); e tempo de conclusão da residência variava de em andamento a 44 anos (M = 18,02, DP = 11,65). Especialidades médicas podem ser verificadas na Tabela 1.

Tabela 1

Especialidades médicas dos participantes

Especialidade Médica

Frequência

Absoluta

Relativa

Ortopedia

6

14,3%

Gastroenterologia/Pediatria

5 (cada um)

11,9% (cada)

Nefrologia

4

9,5%

Dermatologia/Cardiologia/Clínica Médica

3 (cada um)

7,1% (cada)

Cirurgia Geral/Radiologia

2 (cada um)

4,8% (cada)

Oncologia, Ginecologia, Imagenologia, Pneumologia, Otorrinolaringologia, Urologia, Anestesiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular, Medicina de Emergência

1 (cada um)

2,4% (cada)

Não responderam

4

9,5%

Local

A coleta de dados ocorreu nos consultórios particulares dos profissionais e em ambulatórios das unidades de saúde das esferas estadual e federal, credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Mais especificamente: Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA) – tanto a Unidade Materno Infantil (HUMI) quanto a Unidade Presidente Dutra (HUPD) – e no Hospital Carlos Macieira.

Instrumentos

Protocolo de Caracterização Individual (PCI) – Contém informações sobre sexo, idade, ano de conclusão da graduação em Medicina, ano de conclusão da residência médica, especialidade médica, rede de saúde em que trabalha (pública, privada ou ambas) e grau de satisfação profissional que varia em uma escala de 0 a 10 (sendo pontuações acima de 7 equivalentes a um bom grau de satisfação).

Inventário de Habilidades Sociais (IHS2-Del-Prette, versão preliminar) – Foi utilizada uma estrutura prévia ao IHS-2-Del-Prette obtida por análise fatorial clássica, que reteve 25 itens, mantendo cinco fatores razoavelmente equivalentes ao da atual estrutura do IHS-2-Del-Prette (Braz, Fontaine, Del Prette, & Del Prette, 2016; Del Prette & Del Prette, 2018), embora em ordenação diferente, conforme se observa na Tabela 2.

Tabela 2

Equivalência dos fatores nas estruturas IHS-2 versão preliminar (2016) e IHS-2-Del-Prette (2018)

Fatores 2016

Fatores 2018

F1 – Conversação e desenvoltura social

F1 – Conversação assertiva

F2 – Expressão de sentimentos positivos

F2 – Abordagem afetivo-sexual

F3 – Assertividade de autodefesa

F3 – Expressão de sentimento positivo

F4 – Assertividade de autoexposição social

F4 – Autocontrole/Enfrentamento

F5 – Assertividade afetivo-sexual

F5 – Desenvoltura social

O respondente deve indicar a frequência com que age ou sente, seguindo uma escala tipo Likert, com cinco pontos variando de 0-2 (nunca ou raramente) a 9-10 (sempre ou quase sempre). Os itens produzem um escore total (α = 0,838), e cinco escores fatoriais: Fator 1 – Conversação e Desenvoltura Social (α = 0,825); Fator 2 – Expressão de Sentimentos Positivos (α = 0,741); Fator 3 – Assertividade de Autodefesa (α = 0,663); Fator 4 – Assertividade de Autoexposição Social (α = 0,664); Fator 5 – Assertividade Afetivo-Sexual (α = 0,654). Esta estrutura fatorial foi confirmada pela análise fatorial confirmatória (AFC), apresentando bons índices de qualidade de ajustamento global e local.

Procedimento de coleta de dados

A equipe de pesquisa compareceu aos ambulatórios e consultórios, apresentava-se às secretarias dos serviços e aguardava a chegada do profissional. Antes da entrada do primeiro paciente ou após a saída do último, conforme instruções da secretaria, a equipe dirigia-se à sala de atendimento. Neste momento, os pesquisadores se apresentavam, explicavam o objetivo e o método da pesquisa, assegurando o anonimato e o caráter voluntário, e faziam o convite para participação na pesquisa. Estando de acordo, o médico era convidado a ler e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), ficando com uma via e devolvendo a outra aos pesquisadores. Posteriormente, aplicava-se o PCI e o IHS nos profissionais, nessa ordem.

Procedimentos de análise de dados

Todos os dados foram inseridos no programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences), versão 20.0. Foram realizadas análises descritivas das variáveis do PCI; extraídos escores total e por fator do IHS-2-Del Prette versão preliminar; e o teste de Kolmogorov-Smirnov confirmou distribuição normal dos dados, o que permitiu utilizar análises estatísticas paramétricas. Uma correlação de Pearson entre o escore de satisfação profissional com os escores total e fatoriais do IHS. Adotou-se tamanho de efeito de correlações conforme Dancey e Reidy (2018): fracas = 0,1 a 0,3; moderadas = 0,4 a 0,6; e fortes = 0,7 a 0,9.

Resultados

De acordo com os dados obtidos na análise do IHS-2-Del Prette versão preliminar, os resultados indicaram que o repertório total de habilidades sociais dos médicos foi “bom, acima da média”. Em relação aos escores fatoriais, os médicos se autoavaliaram com um “bom repertório, abaixo da média” para os fatores “Conversação e Desenvoltura Social” e “Assertividade Afetivo-Sexual”. Ademais, os médicos apresentaram um “bom repertório, acima da média” para “Assertividade de Autodefesa” e “Assertividade de Autoexposição Social”, e um “repertório bastante elaborado” no fator “Expressão de Sentimentos Positivos” (cf. dados da Tabela 3).

Tabela 3

Escores total e fatoriais do IHS-2-Del-Prette versão preliminar

Fatores

Mínima

Máxima

Média (DP)

Classificação

Conversação e Desenvoltura Social

0

32

13,06 (8,9)

Bom Repertório, Abaixo da Média

Expressão de Sentimentos Positivos

4

20

15,64 (4,0)

Repertório Bastante Elaborado

Assertividade de Autodefesa

5

20

12,21(3,9)

Bom Repertório, Acima da Média

Assertividade de Autoexposição Social

12

8,42 (1,9)

Bom Repertório, Acima da Média

Assertividade Afetivo-Sexual

3

16

7,64 (3,5)

Bom Repertório, Abaixo da Média

Habilidades Sociais

32

83

58,89 (11,8)

Bom Repertório, Acima da Média

Os dados indicam que os médicos apresentam um bom grau de satisfação com a profissão, com uma média de 8,05 (DP = 1,41). Os resultados da análise de correlação entre HS e a satisfação profissional indicam uma relação positiva, moderada e significativa (r = 0,427, p = 0,008). Assim, quanto mais elaborado o repertório de HS, maior a satisfação do médico com sua profissão. As correlações entre o escore de satisfação profissional e os escores dos fatores do IHS-2-Del-Prette versão preliminar não se mostraram significativas.

Discussão

Os resultados obtidos neste estudo permitem notar que os médicos se autoavaliam como apresentando um bom repertório de HS. Esses dados estão em concordância com os estudos de Jorge (2015), ao sinalizarem que, não obstante os pacientes avaliassem melhor o médico, o repertório autoavaliado destes profissionais foi mediano. Os achados sugerem que, de modo geral, os profissionais estabelecem uma relação médico-paciente considerada satisfatória, o que pode ser indicativo de promoção da saúde, como: adesão do paciente ao tratamento, aumento de hábitos saudáveis e colaboração para manutenção da saúde (Barletta, 2014). Ao mesmo tempo, tal repertório de HS funciona como fator protetivo ao estresse, burnout e problemas mentais (Del Prette & Del Prette, 2017; Furtado, Falcone, & Clark, 2003; Pereira-Lima & Loureiro, 2015).

Esse elaborado repertório pode encontrar fundamento em três aspectos. O primeiro é que, considerando a média do tempo em que os profissionais deste estudo estão graduados em Medicina, observa-se que eles passaram por uma formação em que já estava em vigor o modelo biopsicossocial, que desloca a ênfase de cuidado da doença ao doente, culminando em uma visão mais humanizada do processo saúde-doença e da relação médico-paciente. O segundo refere-se à inserção de disciplinas ministradas por docentes psicólogos nas ­faculdades de Medicina, o que pode fomentar a adoção de um novo olhar acerca da relação médico-paciente (Cardoso, Alves, Teles, Leite, & Barletta, 2015). Essa nova configuração de graduação pode haver condicionado ou estabelecidos regras aos médicos sobre como comportar-se em ambiente de atendimento. Já o terceiro coincide com uma limitação de estudos que utilizam instrumento de autorrelato: a desejabilidade social. Os médicos podem ter sobreavaliado suas próprias habilidades.

Apesar do fato de que em todos os fatores os participantes obtiveram bons escores, os fatores com menor pontuação foram “Conversação e Desenvoltura Social” e “Assertividade Afetivo-Sexual”. O primeiro é sobremaneira importante para o trato com o paciente, uma vez que cabe ao médico o atendimento às necessidades individuais e coletivas de saúde, tais como: utilização de linguagem compreensível; estímulo ao relato espontâneo do paciente; reconhecimento das preocupações, expectativas, crenças e valores; e investigação de hábitos, sinais, sintomas e condições correlatos à saúde e doença (Brasil, 2014). Os médicos, ocasionalmente, experimentam dificuldades em tratar de prognóstico, morte, metas de fim da vida, abstenção e espiritualidade com seus pacientes (Stouthard, Brom, & Buiting, 2017). Um bom repertório nessa subclasse de habilidades pode reduzir tal obstáculo. Já o segundo fator envolve a habilidade de obtenção de objetivos e autoproteção contra atividades sexuais indesejadas ou inseguras (Morokoff et al., 1997), bem como expressão de seus próprios sentimentos, positivos ou negativos, a outra pessoa e exposição a desconhecidos, o que pode ser considerado como uma habilidade de enfrentamento com risco. Embora não esteja em discussão a assertividade sexual do médico, ele pode descrever regras para seus pacientes sobre como manejar questões relativas à sua sexualidade, sobretudo aqueles profissionais cujas especialidades se relacionam com aspectos dessa ordem, tais como ginecologista, obstetra e urologista. Ao mesmo tempo, trata-se de uma subclasse de habilidade importante no diálogo com os pacientes na primeira consulta e no convencimento à adesão ao tratamento, haja vista que algumas terapêuticas podem afetar esse aspecto.

Por sua vez, a habilidade com o repertório mais bem elaborado foi “Expressão de sentimentos positivos”. Essa habilidade favorece a saúde mental, a qualidade das relações interpessoais e a autoestima (Del Prette & Del Prette, 2017). Nos médicos, ela é desejável por permitir que o profissional reforce os comportamentos adequados do paciente, diante de, por exemplo, o seguimento à terapêutica. Ao mesmo tempo, essa habilidade é importante para a satisfação com e/ou manutenção de um compromisso em vias de se estabelecer (Del Prette & Del Prette, 2017), casos em que ocorre a prescrição de tratamento, por exemplo.

Considerando que os médicos apresentam um bom repertório de HS e que a correlação entre HS e a satisfação profissional foi direta, pode-se indicar que o presente estudo se soma a achados anteriores (cf. Abedi et al., 2016; Hennekam, 2015; Mohammad et al., 2018; Zadeh & Hashemi, 2017) cujos resultados sinalizaram essa relação entre a satisfação profissional e as HS, suas classes ou subclasses. A questão que se apresenta é o porquê dessa relação. Primeiramente, cabe recordar que o sucesso profissional está relacionado com a satisfação profissional (cf. Ng, Eby, Sorensen, & Feldman, 2005). Sendo assim, considerando que (a) as profissões estão ficando cada vez menos formais, estruturadas ou rotineiras e requerem trabalho colaborativo com indivíduos de diferentes contextos sociais, econômicos e culturais (Chen, Kanfer, De Shon, Mathieu, & Kozlowski, 2009); (b) empregadores têm dado preferência a trabalhadores que combinam habilidades técnicas, cognitivas e sociais (Chamorro-Premuzic & Furnham, 2010), médicos com um bom repertório de HS melhoram seu desempenho profissional e aumentam seu poder de empregabilidade. Isso pode ser entendido como facetas de sucesso e, por consequência, satisfação no trabalho. Adicionalmente, as HS têm se mostrado um bom preditor do sucesso no trabalho (John, 2009; Lindqvist, & Westman, 2011).

Considerações Finais

Este estudo teve como objetivo analisar as habilidades sociais e a satisfação profissional de médicos atuantes em ambulatórios de São Luís, MA. Os principais resultados apontam para um bom repertório de HS, notadamente para a Expressão de Sentimentos positivos, cujo repertório é bastante elaborado. Ademais, foi verificada uma correlação entre HS e satisfação profissional, indicando que, quanto melhor o repertório de HS do médico, maior sua satisfação com sua profissão.

A temática desta pesquisa contribui com a avaliação de cenários médicos no que se refere aos aspectos interacionais e sociais da relação com o paciente. Uma vez que o médico socialmente competente tem maior probabilidade de alcançar seus objetivos profissionais e sociais, estabelecer uma relação satisfatória com o interlocutor e garantir seus direitos e autoestima, é desejável que o médico aja dessa forma no contexto de atendimento. Neste caso, pode-se supor que o profissional da saúde consiga engajar o paciente na prevenção ou no tratamento da doença e estabelecer uma relação de confiança com ele, ampliando a possibilidade do cuidar.

Entre as limitações encontradas na realização desta pesquisa, destaca-se o pequeno tamanho amostral, pois, mesmo com planejamento antecipado e com o período de coleta prolongado, o estudo alcançou uma baixa taxa de participação. Outra limitação envolve os instrumentos de autorrelato, de forma geral. Esse tipo de método de avaliação pode estar sujeito à desejabilidade social dos respondentes. Deste modo, os médicos podem se avaliar mais positivamente ou com repertórios superiores do que o que efetivamente executam. Uma terceira limitação decorre da disparidade entre o número de médicos que atuam somente no setor público ou privado, bem como a combinação de atuação da maioria, o que comprometeu a comparação do repertório dos médicos por rede de atuação.

Como sugestões para novas pesquisas, diante do resultado no fator “Assertividade Afetivo-Sexual”, propõe-se a realização de um estudo com uso de instrumentos que abordem especificamente essa temática, com o objetivo de investigar as principais dificuldades enfrentadas por esses profissionais na abordagem a seus pacientes. Outras possibilidades envolvem o mapeamento de classes de habilidades sociais específicas, como empatia e assertividade, tão caras à relação médico-paciente, assim como relação das HS, suas classes e subclasses, com outras variáveis, como: sobrecarga, estresse ocupacional, burnout e qualidade de vida. Estudos longitudinais e de intervenção, com foco no treinamento de habilidades sociais com médicos, tornam-se também significativos para responder a questões de pesquisa específicas. Além disso, ressalta-se a importância de serem realizados estudos similares com uma amostra maior de médicos. Preferencialmente, estudos multicêntricos em outras regiões brasileiras, envolvendo mais pesquisadores e, consequentemente, ocasionando maior representatividade da amostra, bem como o uso de diferentes métodos de estudo, tais como o método observacional e aplicação de instrumentos a múltiplos informantes, pacientes, secretárias e outros, a fim de triangular dados.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão/HU-UFMA e à Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES-MA).

Referências

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Recebido em: 30/08/2018

Última revisão: 29/05/2019

Aceito em: 17/07/2019

Sobre os autores:

Nádia Prazeres Pinheiro-Carozzo: Doutoranda em regime de cotutela entre o Programa de Psicologia Clínica e Cultura na Universidade de Brasília (UnB) e o Programa Doutoral em Psicologia da Universidade do Porto (UP). Mestra em Psicologia da Saúde pela Universidad de Málaga (UMA), Espanha. Psicóloga pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Docente no Departamento de Psicologia da UFMA. E-mail: nadia.pinheiro@ufma.br, Orcid: http://orcid.org/0000-0001-5606-129X

Bruno Luiz Avelino Cardoso: Doutorando em Psicologia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Psicólogo pela Faculdade Pitágoras. E-mail: brunolacardoso@gmail.com, Orcid: http://orcid.org/0000-0002-4673-6756

Catarina Malcher Teixeira: Doutora em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Mestra em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Psicóloga pela UFPA. Docente no Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). E-mail: catarinamalcher@hotmail.com, Orcid: http://orcid.org/0000-0002-9987-7528

Flávia Costa Haidar: Especialização em curso em Psicologia da Saúde pelo Programa de Residência Multiprofissional em Cardiologia na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Psicóloga pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). E-mail: flaviachaidar@gmail.com, Orcid: http://orcid.org/0000-0001-9587-0081

Júlia Milhomens de Sousa: Mestranda em Teoria e Pesquisa do Comportamento na Universidade Federal do Pará (UFPA). Psicóloga pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). E-mail: juliamilhomenss@hotmail.com, Orcid: http://orcid.org/0000-0001-7425-3551


1 Este estudo conta com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), Edital Universal 40/2015. Uma versão resumida e parcial foi apresentada na modalidade de comunicação oral no VII Seminário de Habilidades Sociais em Ribeirão Preto, SP, em 2017.

2 Endereço de contato: Universidade Federal do Maranhão, Departamento de Psicologia, Avenida dos Portugueses, 1966, Bacanga, São Luís, MA, CEP: 65080-805. E-mail: nadia.pinheiro@ufma.br

doi: http://dx.doi.org/10.20435/pssa.vi.808