Afetos e Técnicas de Profissionais da Atenção Primária à Saúde diante da Criança com Câncer

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/pssa.v15i1.1858

Palavras-chave:

neoplasias, criança, atenção primária à saúde, afeto, autonomia profissional

Resumo

Introdução: este trabalho discute sobre os sentidos e significados que a criança com câncer tem para as(os) profissionais da atenção primária à saúde. Método: pesquisa clínico-qualitativo, em que foram realizadas entrevistas individuais de questões abertas com quatro profissionais, atuantes na atenção primária à saúde de municípios baianos. Resultados e discussões: as categorias de análise foram identificadas a posteriori: afetos mobilizados pela criança com câncer e os conflitos gerados neste encontro; funcionamento do sistema público de saúde: dificuldades e potencialidades; e formas de resoluções para a autonomia do profissional. As profissionais relataram: insegurança em lidar com a criança com câncer; tristeza, desesperança, pena e angústia; despreparo emocional; impotência para cumprir com o encaminhamento, a continuidade do cuidado e a integralização da assistência. Conclusão: as entrevistadas não quiseram apenas conhecer e se aprofundar sobre o câncer infantojuvenil, mas também discutir e refletir sobre a criança com câncer atendida pela atenção básica.

Biografia do Autor

Murilo Sousa Ramos, Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Centro de Formação em Ciências da Saúde, Campus Paulo Freire, Teixeira de Freitas.

Beatriz Rihs Matos Tavares, Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

Estudante da Graduação em Medicina da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Centro de Formação em Ciências da Saúde – Campus Paulo Freire, Teixeira de Freitas.

Milena Dórea de Almeida, Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

Doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do curso de Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Centro de Formação em Ciências da Saúde, Campus Paulo Freire, Teixeira de Freitas, BA. Coordenadora da pesquisa “A Criança com Câncer: Perspectivas do Profissional de Saúde da Atenção Primária”.

Referências

Almeida, M. D. (2020). Sobreviventes de câncer infanto-juvenil: Contribuições da psicanálise e novos dispositivos clínicos (1ª ed.). Zagodoni.

Amorim, A. A., Carizzi, C. Q. O., & Brandão, E. C. (2016). Dificuldade dos profissionais de saúde no reconhecimento precoce das doenças oncológicas na infância. Revista de Enfermagem da FACIPLAC, 1(1), 1–10. http://revista.faciplac.edu.br/index.php/REFACI/article/view/191

Batista, D. R. R., Mattos, M., & Silva, S. F. (2015). Convivendo com o câncer: Do diagnóstico ao tratamento. Revista de Enfermagem da UFSM, 5(3), 499–510. https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/15709/0

Campos, R. T. O., & Campos, G. D. S. (2006). Co-construção de autonomia: o sujeito em questão. In G. W. S. Campos, M. C. S. Minayo, M. Akerman, M. Drumond Júnior, & Y. M. Carvalho, Tratado de saúde coletiva (1ª. ed., pp. 669-688). Hucitec/Fiocruz.

Cecilio, L. C. O., & Reis, A. A. C. (2018) Apontamentos sobre os desafios (ainda) atuais da atenção básica à saúde. Cadernos de Saúde Pública [online], 34(8), 1 - 14. https://doi.org/10.1590/0102-311X00056917

Debieux, M. R. (2001). O não-dito familiar e a transmissão da história. Psychê, (8), 123–137. https://www.redalyc.org/pdf/307/30700809.pdf

Dicionário Online de Português (2021). Tabu. 7Graus.

Fermo, V. C., Lourençatto, G. N., Medeiros, T. S., Anders, J. C, & Souza, A. I. J. (2014). O diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil: O caminho percorrido pelas famílias. Escola Anna Nery, 18(1), 54–59. https://doi.org/10.5935/1414-8145.20140008

Freud, S. (1996a). Fragmento da análise de um caso de histeria. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., vol. VII, pp. 13–146). Imago. (Trabalho original publicado em 1905).

Freud, S. (1996b). A dinâmica da transferência. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., vol. XII, pp. 107–119). Imago. (Trabalho original publicado em 1912).

Freud, S. (1996c). Os instintos e suas vicissitudes. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., vol. XIV, pp. 117–144). Imago. (Trabalho original publicado em 1915).

Friestino, J. K. O., Corrêa, C. R. S., & Moreira Filho, D. C. (2017). Percepções dos profissionais sobre o diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil na Atenção Primária à Saúde. Revista Brasileira de Cancerologia, 63(4), 265–272. https://rbc.inca.gov.br/revista/index.php/revista/article/view/127/67

Gomes, B., & Alcantara, L. (2018). Dos sintomas ao tratamento: Considerações sobre o itinerário terapêutico no câncer infantojuvenil. Moitará – Revista de Serviço Social, 1 (2), 1–24. http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/mrss/article/view/5083/2813

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva [INCA]. (2019). Estimativa 2020: Incidência de câncer no Brasil. https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf

Laplanche, J., & Pontalis, J. B. (2001). Vocabulário da psicanálise (4ª ed.). Martins Fontes.

Lima, B. D. C. D., Silva, L. F. D., Góes, F. G. B., Ribeiro, M. T. S., & Alves, L. L. (2018). O itinerário terapêutico de famílias de crianças com câncer: Dificuldades encontradas neste percurso. Revista Gaúcha de Enfermagem, 39, 1–9. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2018.20180004

Lima, I. M. (2018). Câncer infantojuvenil: Ações de enfermagem na atenção primária à saúde. Revista de APS, 21(2), 197–205. https://periodicos.ufjf.br/index.php/aps/article/view/15938/8280

Magalhães, I. Q., Gadelha, M. I. P., Macedo, C. D., & Cardoso, T. C. (2016). A Oncologia Pediátrica no Brasil: Por que há Poucos Avanços? Revista Brasileira de Cancerologia, 62(4), 337–341. https://rbc.inca.gov.br/revista/index.php/revista/article/view/214/115

Ministério da Saúde. (2005). Política Nacional de Atenção Oncológica. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_oncologica.pd

Ministério da Saúde. (2012). Política Nacional de Atenção Básica. http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf

Ministério da Saúde. (2017a). Protocolo de diagnóstico precoce para oncologia pediátrica. http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/protocolo-de-diagnostico-precoce-do-cancer-pediatrico.pdf

Ministério da Saúde. (2017b). Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html

Moretto, M. L. T. (2019). Abordagem psicanalítica do sofrimento nas instituições de saúde (1ª ed.). Zagodoni.

Oliveira, C. C. R. B, Silva, E. A. L., & Souza, M. K. B. D. (2021). Referência e contrarreferência para a integralidade do cuidado na Rede de Atenção à Saúde. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 31(1). https://doi.org/10.1590/S0103-73312021310105

Paim, J. S. (2009). O que é o SUS (1ª ed.). Editora Fiocruz.

Penido, C. M. F., & Romagnoli, R. C. (2018). Apontamentos sobre a clínica da autonomia na promoção da saúde. Psicologia & Sociedade, 30, 1–10. https://doi.org/10.1590/1807-0310/2018V30173615

Rodrigues, M. P., Melo, R. H. V., Vilar, R. L. A., Silva, G. S. N., & Silva, A. B. (2017). Ressignificando o trabalho na Estratégia Saúde da Família: Desafios para a integralidade do cuidado em saúde. Revista Brasileira de Inovação Tecnológica em Saúde, 7(2), 32–44. https://periodicos.ufrn.br/reb/article/view/6768/8974

Roosli, A. C. B. D. S., Palma, C. M. D. S., & Ortolan, M. L. M. (2020). Sobre o cuidado na saúde: Da assistência ao cidadão à autonomia de um sujeito. Psicologia USP, 31, 1–11. https://doi.org/10.1590/0103-6564e180145

Roudinesco, E., & Plon, M. (1998). Dicionário de psicanálise (V. Ribeiro, L. Magalhães, trad.). Jorge Zahar Ed.

Santos, D. D. S., Mishima, S. M., & Merhy, E. E. (2018). Processo de trabalho na Estratégia de Saúde da Família: Potencialidades da subjetividade do cuidado para reconfiguração do modelo de atenção. Ciência & Saúde Coletiva, 23, 861–870. https://doi.org/10.1590/1413-81232018233.03102016

Silva, A. N., Campos, J. B. R., Campos, J. R. E., Rocha, C. A. B., Garcia, C. L., Almeida, A., Brasil, M. Y. O., & Luz, D. C. R. P. (2020). Política nacional de atuação oncológica: Dificuldades e desafios. Brazilian Journal of Development, 6(9), 68354–68368. https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/16616/13638

Turato, E. R. (2013). Tratado da metodologia da pesquisa clinico-qualitativa: Construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas (6ª ed.). Vozes.

Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS). (2021, setembro 21) Maior sistema público de saúde do mundo, SUS completa 31 anos. Ascom SE/UNA-SUS. https://www.unasus.gov.br/noticia/maior-sistema-publico-de-saude-do-mundo-sus-completa-31-anos.

Volich, R. M. (2016). O campo transferencial como fundamento clínico da ação terapêutica. In M. Kamers, H. H. Marcon, & M. L. T. Moretto. Desafios Atuais das Práticas em Hospitais e nas Instituições de Saúde (pp. 89-112). Escuta.

Winograd, M., & Teixeira, L. C. (2011). Afeto e adoecimento do corpo: Considerações psicanalíticas. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 14, 165–182. https://doi.org/10.1590/S1516-14982011000200001

Downloads

Publicado

2023-02-05

Como Citar

Ramos, M. S. ., Tavares, B. R. M. ., & Almeida, M. D. de . (2023). Afetos e Técnicas de Profissionais da Atenção Primária à Saúde diante da Criança com Câncer. Revista Psicologia E Saúde, 15(1), e15221558. https://doi.org/10.20435/pssa.v15i1.1858

Edição

Seção

Artigos