Transtornos Mentais Graves na Atenção Básica: Experiências de Profissionais de Equipes da Saúde da Família

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/pssa.v13i3.1113

Palavras-chave:

atenção primária à saúde, transtornos mentais, equipes de saúde da família

Resumo

Este estudo visou conhecer a experiência das equipes de saúde da família junto a usuários com transtornos mentais severos e persistentes, a partir dos sentidos atribuídos à clientela com transtornos mentais, bem como das práticas desenvolvidas pelos profissionais. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de campo, qualitativa e descritiva, na qual foram entrevistados oito profissionais de Unidades de Saúde da Família, sendo uma urbana e uma rural. Os dados foram analisados a partir da perspectiva da análise de conteúdo. Nos resultados, evidenciou-se o medo de alguns participantes em relação às pessoas com transtornos mentais, uma tentativa dos profissionais de reconhecer estas pessoas a partir de um sentido. No manejo, observaram-se procedimentos como a coleta da história de vida, a visita domiciliar e a dificuldade de a família participar do tratamento. Enfim, identificou-se a necessidade de trabalhar com as equipes conhecimentos sobre os transtornos mentais, o vínculo e a Atenção Básica.

Palavras-chave: atenção primária à saúde; transtornos mentais; equipes de saúde

Biografia do Autor

Carlos de Sousa Filho, Faculdade de São Lourenço (UNISEPE)

Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Graduado em Psicologia pela PUC Minas. Professor do curso de Graduação em Psicologia da Faculdade de São Lourenço (UNISEPE).

João Leite Ferreira Neto, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)

Pós-doutor em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutor em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Graduado em Psicologia pela UFMG. Atua como professor adjunto no Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Belo Horizonte, MG. Bolsista de produtividade do CNPq.

Referências

Amaral, C. E. M., Torrenté, M. O. N. de, Torrenté, M. de, & Moreira, C. P. (2018). Apoio matricial em Saúde Mental na atenção básica: Efeitos na compreensão e manejo por parte de agentes comunitários de saúde. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, 22(66), 801-812. doi:https://dx.doi.org/10.1590/1807-57622017.0473

Andrade, V. M. P., & Cardoso, C. L. (2017). Visitas Domiciliares de Agentes Comunitários de Saúde: Concepções de Profissionais e Usuários. Psico-USF, 22(1), 87-98. doi:https://dx.doi.org/10.1590/1413-82712017220108

Baralhas, M., & Pereira, M. A. O. (2011). Concepções dos agentes comunitários de saúde sobre suas práticas assistenciais. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 21(1), 31-46. doi:https://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312011000100003

Bispo, J. P., Júnior, & Moreira, D. C. (2018). Núcleos de Apoio à Saúde da Família: Concepções, implicações e desafios para o apoio matricial. Trabalho, Educação e Saúde, 16(2), 683-702. doi:https://dx.doi.org/10.1590/1981-7746-sol00122

Bones Rocha, K., Conz, J., Barcinski, M., Paiva, D., & Pizzinato, A. (2017). A visita domiciliar no contexto da saúde: uma revisão de literatura. Psicologia, Saúde e Doenças, 18(1),170-185. Recuperado de https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=36250481015

Borba, L. O. de, Maftum, M. A., Vayego, S. A., Mantovani, M. F. de, Felix, J. V. C., & Kalinke, L. P. (2018). Adesão do portador de transtorno mental à terapêutica medicamentosa no tratamento em saúde mental. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 52(1), e03341. doi:https://dx.doi.org/10.1590/s1980-220x2017006603341

Brasil. (2000). A Implementação da Unidade de Saúde da Família. Brasília, DF: Ministério da Saúde.

Brasil. (2004). Ministério da Saúde. Saúde mental no SUS: Os centros de atenção psicossocial. Brasília, DF: Ministério da Saúde.

Brasil. (2006). Política nacional de atenção básica. Brasília, DF: Ministério da Saúde.

Brasil. (2012). Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, DF: Ministério da Saúde.

Brasil. (2013). Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta. Brasília, DF: Ministério da Saúde.

Büchele, F., Laurindo, D. L. P., Borges, V. F., & Coelho, E. B. S. (2006). A interface da saúde mental na Atenção Básica. Cogitare Enfermagem, 11(3), 226-233, 2006. Recuperado de http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/7308

Cardoso, L., & Galera, S. A. F. (2009). Doentes mentais e seu perfil de adesão ao tratamento psicofarmacológico. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 43(1), 161-167. doi:https://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342009000100021

Cândido, M. R., Oliveira, E. A. R., Monteiro, C. F. S. de, Costa, J. R. da, Benício, G. S. R., & Costa, F. L. L. da (2012). Conceitos e preconceitos sobre transtornos mentais: Um debate necessário. SMAD – Revista eletrônica saúde mental álcool e drogas, 8(3), 110-117. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-69762012000300002&lng=pt&tlng=pt

Conselho Federal de Psicologia (2013). Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) no CAPS – Centro de Atenção Psicossocial. Brasília, DF: CFP.

Costa, M. C., Neto, & Dimenstein, M. (2017). Cuidado psicossocial em saúde mental em contextos rurais. Temas em Psicologia, 25(4), 1653-1664. doi:https://dx.doi.org/10.9788/TP2017.4-09Pt

Dantas, N. F., & Passos, I. C. F. (2018). Apoio matricial em saúde mental no SUS de Belo Horizonte: Perspectiva dos trabalhadores. Trabalho, Educação e Saúde, 16(1), 201-220. doi:https://dx.doi.org/10.1590/1981-7746-sol00097

Dias, M. K. (2011). A experiência social da psicose no contexto de um Centro de Atenção Psicossocial. Ciência & Saúde Coletiva, 16(4), 2155-2164. doi:https://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000400015

Ferreira, J. L., Neto (2017). Psicologia, políticas públicas e o SUS (2a ed., rev. e ampl.). São Paulo: Escuta; Belo Horizonte: FAPEMIG.

Machado, M. P., & Pereira, M. A. O. (2013). Percepção da doença mental por profissionais de

saúde: Possibilidades de ampliação do cuidado. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 13(1), 125-138. Recuperado de http://www.revispsi.uerj.br/v13n1/artigos/pdf/v13n1a08.pdf

Maciel, S. C., Barros, D. R., Camino, L. F, & Melo, J. R. F. de (2011). Representações sociais de familiares acerca da loucura e do hospital psiquiátrico. Temas em Psicologia, 19(1), 193-204. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2011000100015&lng=pt&tlng=pt

Oliveira, M. A. C. de, & Pereira, I. C. (2013). Atributos essenciais da Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família. Revista Brasileira de Enfermagem, 66(Número Especial), 158-164. doi:https://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672013000700020

Pegoraro, R. F., Cassimiro, T. J. L., & Leão, N. C. (2014). Matriciamento em saúde mental segundo profissionais da Estratégia da Saúde da Família. Psicologia em Estudo, 19(4), 621-631. doi:https://dx.doi.org/10.1590/1413-73722348905

Pereira, A. A. de, & Andrade, D. C. L. (2017). Estratégia Educacional em Saúde Mental para Médicos da Atenção Básica. Revista Brasileira de Educação Médica, 41(4), 478-486. doi:https://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v41n4rb20160021

Pinto, A. G. A., Sampaio, K. R., Lôbo, A. C., Maciel, B. D., & Jorge, M. S. B. (2018). Grupos prioritários da estratégia saúde da família: A atenção primária à saúde na prática. Journal of Nursing and Health, 6(3), 366-78.

Poços de Caldas (2018). Plano de Ação – Zona Rural 2018. Poços de Caldas, Minas Gerais: Secretaria Municipal de Saúde.

Poupart, J., Deslauriers, J., Mayer, J. V., & Groulx, L. H. (2014). A pesquisa qualitativa: Enfoques epistemológicos e metodológicos (4a ed.). (A. C. Nasser, Trad.). Petrópolis: Vozes.

Rosa, W. de A. G., & Labate, R. C. (2003). A contribuição da saúde mental para o desenvolvimento do PSF. Revista Brasileira de Enfermagem, 56(3), 230-235. doi:https://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672003000300004

Souza, C. L., & Andrade, C. S. (2014). Saúde, meio ambiente e território: Uma discussão necessária na formação em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 19(10), 4113-4122. doi:https://dx.doi.org/10.1590/1413-812320141910.08992014

Turato, E. R. (2003). Tratado de metodologia da pesquisa clínico qualitativa: Construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas. Petrópolis: Vozes.

Vidal, C. E. L., Bandeira, M., & Gontijo, E. D. (2008). Reforma psiquiátrica e serviços residenciais terapêuticos. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 57(1), 70-79. doi:https://dx.doi.org/10.1590/S0047-20852008000100013

Downloads

Publicado

2021-11-17

Como Citar

Sousa Filho, C. de, & Neto, J. L. F. (2021). Transtornos Mentais Graves na Atenção Básica: Experiências de Profissionais de Equipes da Saúde da Família. Revista Psicologia E Saúde, 13(3), 99–115. https://doi.org/10.20435/pssa.v13i3.1113

Edição

Seção

Artigos