Da Psiquiatria Tradicional à Reforma Psiquiátrica: O Ambulatório de Saúde Mental como Serviço de Tratamento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/pssa.v0i0.768

Palavras-chave:

Assistência ambulatorial, saúde mental, saúde pública.

Resumo

O ambulatório é um serviço de saúde antigo no campo da assistência psiquiátrica, criado na época em que o modelo manicomial direcionava o tratamento. Com o tempo, surgiram outras maneiras de se pensar o cuidado de pacientes em sofrimento psíquico. A partir disso, novos serviços foram estabelecidos, com funcionamento e direção de trabalhos diferentes do que o ambulatório tradicional apresentava. O presente artigo visa, então, discorrer acerca das limitações e possibilidades do ambulatório de saúde mental atualmente, enquanto um serviço estratégico da Reforma Psiquiátrica, destacando o trabalho feito no Ambulatório de Saúde Mental de Jurujuba, em Niterói. Realizou-se um levantamento bibliográfico, além da utilização de situações oriundas da observação no momento de realização de estágio curricular no curso de Psicologia da Universidade Federal Fluminense. Concluiu-se que o ambulatório articulado com diretrizes antimanicomiais é primordial para que uma assistência com maior qualidade seja oferecida.

Biografia do Autor

Tainá Borges Cardozo, Universidade Federal Fluminense, Campus do Gragoatá, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil.

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense. Especializanda em Saúde Mental e Atenção Psicossocial pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz.

Renata Alves de Paula Monteiro, Universidade Federal Fluminense, Campus do Gragoatá, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil.

Doutora em Psicologia, professora adjunta do Instituto de Psicologia da Universidade Federal Fluminense em Niterói.

Referências

Amarante, P. (1994). Asilos, alienados, alienistas: Uma pequena história da psiquiatria no Brasil. In P. Amarante (Org.), Psiquiatria social e reforma psiquiátrica (pp. 73-84). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.

Bezerra, E., & Dimenstein, M. (2008). Os CAPS e o trabalho em rede: Tecendo o apoio matricial na atenção básica. Psicologia: Ciência e Profissão, 28(3), 632-645. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932008000300015&lng=pt&tlng=pt

Brasil. Ministério da Saúde. (1992). Portaria n. 224, de 29 de janeiro de 1992. Regulamenta o funcionamento de todos os serviços de Saúde Mental. Disponível em http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-mental/lesgislacao?format=html&limit=20&limitstart=20

Brasil. Ministério da Saúde. (2002). Portaria n. 336, de 19 de fevereiro de 2002. Estabelece CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPS i II e CAPS ad II. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0336_19_02_2002.html

Brasil. Ministério da Saúde (2011). Portaria n. 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html

Brasil. Ministério da Saúde. (2013). Cadernos de atenção básica: Saúde mental. Brasília, DF.

Corbisier, C. (2000). A reforma psiquiátrica: Avanços e limites de uma experiência. In P. Amarante (Org.), Ensaios: Subjetividade, saúde mental, sociedade (pp. 279-299). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.

Costa-Rosa, A. (2000). O modo psicossocial: Um paradigma das práticas substitutivas ao modo asilar. In P. Amarante (Org.), Ensaios: Subjetividade, saúde mental, sociedade (pp.141-168). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.

Dimenstein, M., Severo, A. K., Brito, M., Pimenta, A. L., Medeiros, V., & Bezerra, E. (2009). O apoio matricial em Unidades de Saúde da Família: experimentando inovações em saúde mental. Saúde e Sociedade, 18(1), 63-74. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902009000100007&lng=pt&tlng=pt

Engel, M. G. (2001). Os delírios da razão: Médicos, loucos e hospícios (Rio de Janeiro, 1830-1930). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.

Figueiredo, A. C. (1997). Vastas confusões e atendimentos imperfeitos: A clínica psicanalítica no ambulatório público. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.

Gazignato, E. C. S., & Silva, C. R. C. (2014). Saúde mental na atenção básica: O trabalho em rede e o matriciamento em saúde mental na Estratégia de Saúde da Família. Saúde em Debate, 38(101), 296-304.

Jucá, V. J. S., Nunes, M. O., & Barreto, S. G. (2009). Programa de Saúde da Família e Saúde Mental: Impasses e desafios na construção da rede. Ciência & Saúde Coletiva, 14(1), 173-182.

Lessa, C. C. R. (2017). O ambulatório de saúde mental de Jurujuba, em Niterói-RJ, e sua identidade: Uma perspectiva da atenção psicossocial (Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Psicanálise e Saúde Mental, Instituto de Psicologia, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro).

Moura, R. F. S., & Silva, R. C. (2015). Saúde mental na atenção básica: Sentidos atribuídos pelos agentes comunitários de saúde. Psicologia: Ciência e Profissão, 35(1), 199-210. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932015000100199&lng=pt&tlng=pt

Pinto, J. C. S. G. (2007). Integralidade, clínica ampliada e transdisciplinaridade: Conceitos para a potencialização das práticas em Saúde Mental (Dissertação de Mestrado em Psicologia, Departamento de Psicologia, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro).

Resende, H. (2001). Política de saúde mental no Brasil: Uma visão histórica. In S. A. Tundis, & N. S. Costa (Orgs.), Cidadania e loucura: Políticas de saúde mental no Brasil (pp. 15-73). Petrópolis, RJ: Vozes.

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. (2016). Secretaria Municipal de Saúde. Linhas de ação para atenção ambulatorial em saúde mental. Disponível em https://saudementalcap10.files.wordpress.com/2017/04/linhas-de-ac3a7c3a3o-versao-26-dez-2016.pdf

Santos, Y. F. (2007). O ambulatório de saúde mental no contexto da reforma psiquiátrica em Natal/RN (Dissertação de Mestrado em Psicologia, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte).

Santos, Y. F., Oliveira, I. N. F. F., & Yamamoto, O. H. (2009). O ambulatório de saúde mental no contexto da reforma psiquiátrica em Natal/RN. Psicologia Argumento, 27, 313-322.

Severo, A. K., & Dimenstein, M. (2011). Rede e intersetorialidade na atenção psicossocial: Contextualizando o papel do ambulatório de saúde mental. Psicologia: Ciência e Profissão, 31, 640-655.

Soalheiro, N. I., & Sagnori, M. (2014). Medicalização da vida: Doença, transtornos e saúde mental. Revista Polis e Psique, 4, 65-85.

Sundfeld, A. C. (2010). Clínica ampliada na atenção básica e processos de subjetivação: Relato de uma experiência. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 10(4), 1079-1087.

Tenório, F. (2001). A psicanálise e a clínica da reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos.

Tenório, F. (2002). A reforma psiquiátrica brasileira, da década de 1980 aos dias atuais: História e conceitos. História, Ciência, Saúde-Manguinhos, 9(1), 25-59. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0104-59702002000100003&script=sci_abstract&tlng=pt

Yasui, S., & Costa-Rosa, A. (2008). A estratégia atenção psicossocial: Desafio na prática dos novos dispositivos de Saúde Mental. Saúde em Debate, 32(78-79-80), 27-37. Disponível em http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=406341773003

Zanella, M., Luz, H. H. V., Benetti, I. C., & Roberti, J. J. P. (2016). Medicalização e saúde mental: Estratégias alternativas. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, 15, 53-62. Disponível em http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-21602016000100008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Downloads

Publicado

2019-05-21

Como Citar

Cardozo, T. B., & Monteiro, R. A. de P. (2019). Da Psiquiatria Tradicional à Reforma Psiquiátrica: O Ambulatório de Saúde Mental como Serviço de Tratamento. Revista Psicologia E Saúde. https://doi.org/10.20435/pssa.v0i0.768

Edição

Seção

Artigos